Marginália
C.S. Lewis aponta o ofício da leitura como uma prática ativa: “Para apreciar completamente um livro, acho que tenho de tratá-lo como uma espécie de hobby e lê-lo com determinação e entusiasmo”. Essa atividade vai muito além do simples ato de ler, é preciso montar um quebra-cabeça “como se a leitura adquirisse o charme de um brinquedo, mas sem perder o fascínio de um livro”. Ao mesmo tempo Lewis aponta que “Muito (não tudo) de nossa literatura foi feito para ser lido de modo leve”. É de fato uma arte se equilibrar entre esses dois opostos. Como manter uma leitura resoluta e ao mesmo tempo leve? Para o professor se as pessoas podem se divertir organizando fotos ou fazendo álbuns de recorte então elas podem se comprazer lendo “segurando nas mãos uma caneta de ponta fina e fazendo anotações, como se estivesse montando algo”.
É no sentido de realizar uma leitura ao mesmo tempo determinada e leve que desenvolvi uma marginália simples mas eficaz que poderia ser feita “com os pés voltados para a lareira”. Nada de marcadores multicoloridos, post-its, fichas ou qualquer outro material chique de papelaria — apenas uma caneta. Sem símbolos e códigos intrincados como espirais e balões, gravuras e tipografias.
Instruções:
Coloque um título no topo de cada página importante.
Use aspas (“”) para marcar trechos curtos.
Use um ponto (•) para marcar parágrafos importantes.
Use o sinal de maior (>) para parágrafos relacionados ao parágrafo inicial.
Use um “x” para indicar parágrafos desnecessários.
Use um ponto de interrogação (?) para sinalizar termos ou conceitos não compreendidos.
Use asteriscos (*) para suas próprias notas de rodapé
Use colchetes ([]) para indicar referências a outras páginas ou seções.
Sublinhe ou destaque termos essenciais.
Conceptualize com comentários breves nas margens
Sumarize todas as passagens em uma das últimas folhas